quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

XVI Curso para Treinadores de Futebol- Sindicato


XVI Curso do Sindicato dos Treinadores, realizado no dia 17-11-2009, em São Paulo, no Salão Nobre da Sociedade Esportiva Palmeiras. São dois cursos por ano, sendo um internacional e outro nacional (foto), dirigido à estudantes e treinadores profissionais. ( Após as fotos leiam matéria, na íntegra do Assessor de Imprensa José Isaías- Esporte pra valer )

                                                                                   


Crédito-(Fotos)- José Isaías - Esporte pra valer





Agradeço o " Texto abaixo e Fotos Gentilmente Cedidos por - José Isaías - Esporte Pra Valer"


O Sindicato dos Treinadores Profissionais de Futebol do Estado de São Paulo, atualmente presidido por Mário Travaglini, realizou no salão Nobre da Sociedade Esportiva Palmeiras, no ultimo mês de novembro, o XVI Curso para Treinadores de Futebol.

Entre os palestrantes do evento esteve o treinador Estevam Soares, do Botafogo de Futebol e Regatas.

Estevam falou na terça-feira, dia 17, pela manhã, para um auditório atento de 155 alunos, dos quais três mulheres e 13 ex-jogadores de futebol. Discorreu sobre o tema "Desafios do Treinador Diante da Evolução do Futebol no Brasil".

"Nos meus 15 anos de carreira eu aprendi e busquei muitas informações com os meus ex-treinadores. E eu aprendi muita coisa com o Emerson Leão (palestrante da aula de ontem - inaugural -). Temos de buscar ensinamentos daqueles que foram os nossos treinadores (é claro que falo para aqueles que jogaram futebol). E de posse desses conhecimentos passamos a orientar as nossas equipes. E a partir daí temos que impor a nossa filosofia, a nossa personalidade", contou Estevam.

Prosseguindo, acentuou: "A profissão de treinador não é tão glamurosa como parece. Assim como são poucos os jogadores que ganham bem e a imensa maioria fatura pouco, assim também ocorre com os treinadores."

Estevam falou bastante sobre o momento que o Botafogo atravessava na reta final do Campeonato Brasileiro. Naquela oportunidade vivia instantes terríveis, flertando com a "zona do rebaixamento" (depois como pudemos acompanhar a equipe alcançou vitórias memoráveis e se manteve no grupo de elite do futebol brasileiro.

Falou sobre a fase "bagunçada" que o futebol brasileiro viveu há alguns anos. Disse que agora com o País às portas de sediar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada seria maravilhoso notarmos uma evolução não só na parte tática, técnica, preparação física mas também na organização do nosso calendário.

"Como seria maravilhoso se tivéssemos um calendário mais enxuto. Com tempo para as equipes se prepararem adequadamente, com férias para todos os jogadores e menos jogos, pois aí teríamos tempo para a recuperação dos atletas após as partidas. Vejam só, após o Campeonato Brasileiro que terminará dia 06 de dezembro, os jogadores terão férias até o dia 04 de janeiro. Até aí tudo bem. Mas no dia 16 de janeiro já estaremos jogando pelo Campeonato Carioca. Teremos pouco tempo para nos preparar. Nós e as outras equipes também", contou.

Na sua explanação Estevam Soares reconheceu que nós revelamos inúmeros talentos. "O Brasil tem uma gama enorme de pontos positivos. Descobrimos talentos, a parte da medicina esportiva é muito adiantada com excelentes médicos, fisiologistas, fisioterapeutas, massagistas. Nesse particular nós damos um show. Posso afirmar, sem medo de errar, que a nossa medicina esportiva é uma das melhores e mais avançada do mundo. Mas se nós desenvolvemos um trabalho que nos possibilita descobrir jogadores, o mesmo não se pode dizer quanto a preparar esses garotos para a vida. Quando esses atletas param de jogar nem sempre estão preparados para encarar uma nova etapa da vida. E há uma diferença em preparar um jogador de 21 ou 22 anos que é obrigado a parar de jogar por uma circunstância qualquer. Outra é acompanhar o encerramento de carreira de um atleta de 35, 36 ou 37 anos, cheio de vícios, que não tem uma formação acadêmica, não possui um oficio e que está acostumado a badalações."

Sobre a sua ida para o Botafogo de Futebol e Regatas, do Rio de Janeiro, Estevam Soares satisfez a curiosidade da platéia. E ao falar porque deixou o Barueri, equipe que treinava no Campeonato Brasileiro, e se transferiu para o clube da Estrela Solitária, Estevam deu um exemplo de coragem, mostrou que na carreira o treinador precisa encarar os desafios com confiança.

"Porque aceitar esse desafio?", perguntou Estevam Soares. E ao mesmo tempo respondeu. "Realmente foi um desafio. Estava no Barueri, posição sólida, ocupando a quinta colocação no Brasileirão. O Botafogo se situava no 16º lugar. Eu nunca tinha trabalhado no Rio de Janeiro. Aliás, como técnico, jamais havia recebido um convite para treinar qualquer equipe carioca. Havia sim recebido convite para jogar no Vasco e também no Flamengo. Mas os entendimentos não deram certo. Como a vida é feita de desafios decidi aceitar o convite que me foi formulado. Como eu acredito e confio no meu trabalho, não pensei duas vezes. Quando fui convidado aceitei de imediato", contou aos alunos demonstrando pensamento positivo.

O comprometimento do elenco foi fundamental para que o trabalho de Estevam Soares frutificasse no Botafogo.

"O comandante tem que ter o comando, uma postura digna. Nunca perca a sua conduta. Faça sempre o que for bom para o clube e para o grupo. É importante que o treinador tenha sido jogador, mas não é necessário. O treinador precisa estar sempre estudando, pesquisando, se atualizando, acreditando naquilo que está fazendo", ensinou.

Estevam Soares ilustrou a sua palestra contando a história dos sapos.

"Certa vez existiam vários sapos que participariam de uma competição. Teriam que subir em um morro alto. O primeiro que chegasse ao cume seria o vitorioso. A competição começou e todos os sapos saíram em desabalada carreira. Em dado momento algumas vozes começaram a dizer, não adianta correr, vocês não chegarão lá. Podem parar. Desistam. E a medida que subiam alguns sapos desistiam da corrida. Enfim, quando a prova terminou os organizadores notaram que apenas um sapo havia chegado ao topo. Todos os outros haviam desistido. Surpresos, os organizadores da prova foram conversar com esse sapo para saber que estratégia havia utilizado para superar esse desafio. Foi quando descobriram que o sapo era surdo. Ou seja, ele não ouviu os palpites errados, as opiniões desestimulantes, desencorajadoras e se tornou um vencedor."

A parábola é simples mas muito profunda. Não devemos dar ouvidos a qualquer um. Quando temos uma meta devemos seguir em frente até chegar ao objetivo. E com esse exemplo Estevam Soares completou a sua explanação. Depois de responder algumas perguntas dos alunos encerrou a sua participação e foi aplaudido de pé.

Esporte pra valer

José Isaías

Assessor de Imprensa

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